4 Consequências graves de não pagar um empréstimo

As garantias por detrás de um empréstimo

Antes de abordarmos as consequências de um incumprimento, é fundamental compreender o conceito de empréstimo com ou sem garantia. Um empréstimo com garantia ocorre quando o devedor oferece um bem como colateral, como é o caso do crédito habitação, onde a casa é dada como garantia ao banco. Caso o devedor deixe de pagar as prestações, o banco tem o direito de tomar posse do imóvel. Em contrapartida, um empréstimo sem garantia, como o crédito pessoal, confia apenas na boa reputação e na confiança do devedor.

Quando um banco concede um empréstimo, ele espera garantir o reembolso total do montante emprestado, acrescido dos juros. Para tal, a instituição financeira pode exigir várias formas de precaução, como a presença de um fiador ou a contratação de um seguro de proteção ao pagamento, para casos de doença ou desemprego. Em qualquer situação de incumprimento, a recomendação é tentar negociar a dívida com o banco, seja através de um alargamento do prazo ou por meio da consolidação de dívidas.

Consequências de não pagar um empréstimo

Agora, vamos analisar as consequências práticas que podem ocorrer quando se decide não pagar um empréstimo. A história da Cristina ilustra bem o impacto que o incumprimento pode ter na vida de uma pessoa. Cristina contraiu um empréstimo para comprar uma carrinha e, devido a dificuldades financeiras, não conseguiu continuar a pagar as prestações. Vejamos as consequências desta decisão.

1. Dificuldades na hora de encontrar emprego

Uma das consequências imediatas do incumprimento de um empréstimo é o impacto no historial de crédito da pessoa. Em Portugal, os registos de incumprimento ficam registados na Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) do Banco de Portugal. Cristina, por exemplo, já tinha alguns pequenos incumprimentos registados, como falhas de pagamento de empréstimos para férias ou compra de óculos.

Embora tenha conseguido regularizar a sua situação e limpar o nome, o registo de falhas de pagamento permaneceu na CRC. Essa informação pode ser consultada por empregadores durante o processo de recrutamento, e, no caso de Cristina, esse histórico foi consultado pela empresa de recursos humanos onde estava a ser considerada para um cargo. O registo de incumprimento fez com que os empregadores questionassem a sua responsabilidade financeira, o que afetou a sua imagem profissional. Para cargos financeiros, essa situação pode ser ainda mais prejudicial, visto que um historial de incumprimento levanta sérias dúvidas sobre a capacidade da pessoa em gerir responsabilidades financeiras.

2. Procedimentos legais

Quando uma pessoa deixa de pagar um empréstimo, o banco ou instituição financeira poderá iniciar procedimentos legais para recuperar o montante em dívida. No caso de Cristina, ela não tentou renegociar a dívida com o banco, o que resultou numa ação legal. No âmbito do incumprimento, após um mês sem pagamento, a instituição financeira enviou uma notificação legal a avisar sobre a situação.

Se tivesse tentado negociar a dívida desde o início, Cristina poderia ter obtido melhores condições, como a extensão do prazo de pagamento, o que teria diminuído o valor das prestações mensais. A falta de comunicação e a relutância em resolver a situação pode agravar consideravelmente as consequências, tornando a dívida mais difícil de liquidar no futuro.

3. Penhora de salário

Uma das consequências mais graves do incumprimento de um empréstimo é a penhora de salário. Caso o processo judicial evolua para esta fase, uma parte do salário do devedor poderá ser penhorada até que a dívida seja paga. Esta medida foi largamente utilizada em Portugal desde 2013, resultando em milhões de euros de ordenados penhorados para cobrir dívidas bancárias.

No caso de Cristina, a penhora do seu vencimento fez com que o seu salário líquido ficasse reduzido ao valor do salário mínimo nacional (760 euros). Até que a dívida fosse totalmente paga, ela ficou com um orçamento extremamente limitado, o que afetou gravemente a sua qualidade de vida. Contudo, é importante destacar que os salários abaixo do salário mínimo não podem ser penhorados, mas, em muitos casos, a penhora de uma parte significativa do salário pode prejudicar o bem-estar financeiro do devedor.

4. Corte no acesso a um empréstimo essencial

Outra consequência direta de não pagar um empréstimo é a dificuldade em obter crédito no futuro. No caso de Cristina, depois de regularizar a sua dívida, ela tentou adquirir uma casa, mas o seu historial de incumprimento impediu-a de conseguir um crédito habitação. Embora tivesse a intenção de comprar um T1 nas redondezas da sua cidade, o registo de incumprimento fez com que fosse recusada pela instituição financeira.

O crédito habitação, essencial para quem deseja adquirir uma casa, é uma das formas de financiamento mais comuns em Portugal. No entanto, a falta de pagamento de dívidas anteriores pode fazer com que o banco veja o devedor como um risco elevado e recuse o pedido de empréstimo. Isso pode forçar muitas pessoas a continuar a viver em condições inferiores, como no caso de Cristina, que se viu obrigada a continuar a arrendar um quarto, desperdiçando dinheiro.

O incumprimento nunca é uma opção

Como se pode ver, não pagar um empréstimo, por mais insignificante que pareça, pode ter repercussões negativas a longo prazo. Antes de contraires um crédito pessoal ou um crédito habitação, é essencial ponderar se tens capacidade para liquidar a dívida sem comprometer a tua estabilidade financeira. Se necessário, verifica se não estás a pressionar demasiado a tua taxa de esforço.

Caso estejas em dificuldades financeiras, considera alternativas como a renegociação do crédito ou a consolidação de dívidas para aliviar o impacto do incumprimento. Evitar o incumprimento é crucial para manter uma boa saúde financeira e para garantir que, no futuro, não serás penalizado ao tentar obter novos financiamentos, como no caso de um crédito habitação.

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Se estás à procura de crédito habitação, a chave para o sucesso é escolher a solução mais adequada às tuas necessidades. Para isso, é importante comparar as ofertas de diversas instituições financeiras, levando em consideração as taxas de juro, as condições de pagamento e outros fatores que podem influenciar o custo total do crédito.

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