Inflação 2025: O que é e porque está a estabilizar?

A inflação em 2025 continua a ser uma preocupação significativa para muitas famílias e empresas em Portugal. Este fenómeno económico tem um impacto direto no custo de vida e na gestão financeira das famílias. Neste artigo, vamos explicar o que é a inflação, o que está a causar o seu comportamento nos últimos tempos e como ela afeta diretamente os cidadãos, especialmente no contexto do crédito habitação.

O que é a inflação?

A inflacção é o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços ao longo do tempo, o que resulta numa diminuição do poder de compra da moeda. Este fenómeno é natural numa economia de mercado, onde a oferta e procura de produtos e serviços estão em constante interação. No entanto, quando esses aumentos são persistentes e afetam uma vasta gama de bens essenciais, é considerado que a economia está inflacionada.

Por exemplo, se no ano passado o preço de uma dúzia de ovos era um valor e, no ano seguinte, esse preço já está significativamente mais alto, podemos dizer que estamos a assistir à inflação. Não é apenas uma questão de variações pontuais; trata-se de um aumento contínuo dos preços ao longo de um período mais longo.

O impacto da inflação na economia

Quando a inflação ocorre, o valor do dinheiro diminui. Isso significa que, com o mesmo valor, as pessoas conseguem comprar menos bens e serviços. Este efeito reduz o poder de compra dos consumidores, afetando especialmente o orçamento das famílias. Produtos essenciais, como alimentos e energia, ficam mais caros, o que faz com que as pessoas precisem de gastar uma parte maior dos seus rendimentos para manter o seu nível de consumo.

A inflação também afeta outros aspectos da economia, como os custos de produção, o que pode resultar em aumentos nos preços de muitos bens e serviços. Em 2022, por exemplo, os preços dispararam em várias categorias, o que gerou uma grande preocupação no país.

Inflação em Portugal e na zona Euro

Em Portugal, a inflação tem sido uma preocupação constante, especialmente nos últimos anos. Em 2022, os preços aumentaram consideravelmente, afetando todos os sectores da economia. No entanto, os números começaram a estabilizar em 2024, com a inflação em Portugal a registar 3,8% em janeiro desse ano, uma descida em relação aos valores de 2022 e 2023.

Para 2025, as previsões apontam para uma inflação de 2,1%, o que representa uma desaceleração em comparação com os picos anteriores. Embora a inflação esteja a diminuir, os preços continuam elevados, pressionando o orçamento das famílias, que sentem os efeitos no seu dia a dia.

Como é calculada a inflação em 2025?

O cálculo da inflação é um processo complexo que envolve a recolha e análise de preços de bens e serviços representativos do consumo das famílias. O Instituto Nacional de Estatística (INE)

e o Eurostat recolhem preços de cerca de 700 bens e serviços em Portugal todos os meses. Este levantamento inclui produtos alimentares, bens duradouros, como computadores, e serviços, como cabeleireiros e seguros.

O cálculo baseia-se na comparação dos preços médios dos produtos em diferentes estabelecimentos comerciais e regiões do país. Para determinar a inflação, é utilizado o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que assegura que os dados recolhidos em Portugal possam ser comparados com os de outros países da União Europeia.

O que causou a inflação em 2022 e 2023?

A inflação elevada em 2022 e 2023 foi causada por uma série de fatores. Durante a pandemia de COVID-19, houve uma forte procura por bens essenciais, o que aumentou os preços. Além disso, as cadeias de fornecimento ficaram comprometidas devido a dificuldades logísticas e escassez de matérias-primas.

A guerra na Ucrânia também teve um papel significativo, uma vez que o aumento no preço de matérias-primas essenciais, como o gás natural e o petróleo, refletiu-se em todos os sectores da economia. Esses aumentos de custos acabaram por afetar os preços de bens essenciais, como alimentos e combustíveis.

Como a inflação afecta o crédito habitação?

A inflação tem um impacto significativo no crédito habitação, tanto no que diz respeito às taxas de juro como aos preços dos imóveis. A inflação tende a influenciar as taxas de juro, especialmente quando o Banco Central Europeu (BCE) toma medidas para controlar a escalada dos preços. O aumento das taxas de juro pode tornar o crédito à habitação mais caro, o que afecta diretamente as prestações dos empréstimos.

Por exemplo, a Euribor, que serve de referência para muitos créditos à habitação com taxa variável, registou variações nos últimos anos. Em 2024, observou-se uma descida da Euribor, com valores a rondar os 2,5%. Para 2025, prevê-se uma estabilização ou ligeira descida das taxas de juro, o que pode proporcionar algum alívio para quem tem créditos à habitação com taxa variável.

No entanto, a inflação também tem impacto nos preços dos imóveis. O aumento dos custos de construção e materiais tem contribuído para a subida dos preços das habitações, o que afeta as famílias que estão a tentar comprar casa. Em 2024, os preços das casas em Portugal aumentaram 9,8%, e espera-se que a tendência continue em 2025, embora de forma mais moderada.

Escolha entre taxa fixa ou taxa variável no crédito habitação

Num contexto de inflação e de variação das taxas de juro, muitos mutuários estão a ponderar entre optar por uma taxa fixa ou variável no seu crédito à habitação. As taxas fixas oferecem maior previsibilidade nas prestações mensais, protegendo contra possíveis aumentos futuros das taxas de juro. Por outro lado, as taxas variáveis podem beneficiar da descida das taxas, caso a Euribor continue a diminuir.

Em 2025, prevê-se que haja um aumento na procura por créditos à habitação com taxa fixa, uma vez que muitos consumidores procuram maior estabilidade e segurança face à incerteza económica.

Conclusão

A inflação tem um impacto profundo na economia e nas finanças pessoais, especialmente no que diz respeito ao crédito habitação.
Em 2025, espera-se uma inflação mais moderada em comparação com os valores elevados de 2022 e 2023, mas os efeitos da inflação ainda se fazem sentir nos preços dos bens e serviços e nas taxas de juro. Para quem está a considerar um crédito à habitação, é essencial estar atento às tendências económicas e escolher cuidadosamente entre uma taxa fixa ou variável, de modo a tomar decisões financeiras informadas. Em tempos de incerteza económica, a prudência é fundamental para proteger o orçamento familiar.

Partilha este artigo!

Mais Artigos

3 Formas de te opores a uma penhora de contas bancárias

O que é uma penhora de contas bancárias? A...

Trabalho suplementar: O que precisa de saber

Introdução O trabalho suplementar, também...

Tens algum grau de incapacidade? Pede um Atestado Multiuso

O que é o Atestado Médico de Incapacidade...

Simula aqui o teu crédito-habitação e seguros

Pretendes apoio? Fala Connosco

15 + 14 =

Continua a Lêr. Faz-te bem.