Se és empresário, seja ENI(Empresário em Nome Individual) ou uma Unipessoal, Limitada ou Sociedade Anónima, não confies nos contabilistas. São uma cambada de aldrabões.
Agora que estamos esclarecidos, e as bestas apresentadas, vamos ao que interessa: não pagar impostos. O que fazer?
Todos os Equipamentos ou Propriedades quando enquadrados dentro da empresa, denominam-se Activos Fixos Tangíveis (que se podem tocar…).
E como fazem parte do património da empresa, a ‘despesa’ de depreciação entra para apuramento dos lucros porque fazem parte dos recursos da empresa. Como? Para pagar menos impostos. Nesta cantiga: ‘Lucro – depreciações’…
Como é que se faz? Pelo que se denomina da depreciação.
O que é depreciação?
Depreciação é a redução do valor contabilistico de um activo fixo tangível na empresa, por desgaste e deteriorização do seu uso ao longo da sua vida útil.
Ou seja, os gajos consideram que um laptop ao fim de 10 anos está todo mamado. Claro!. É preciso um curso para isto?
E como um gajo não tem só um laptop, tem outras merdas fixas ‘tangíveis’, já sabes, que se ‘podem tocar’, há uma tabela que diz a vida útil de cada activo.
Activos Fixos Tangíveis | Anos de vida útil |
---|---|
Edifícios e outras construções | 5 - 20 |
Equipamento básico | 4 - 8 |
Equipamento de transporte | 3 - 7 |
Ferramentas e utensílios | 3 - 7 |
Equipamento administrativo | 2 - 10 |
Outros activos fixos tangíveis | 1 - 4 |
Ok, agora que temos o tempo que podes usar o laptop e o resto para reduzir quanto declaras de IRC para pagar, segue o próximo empecilho. Há 3 métodos de depreciação.
Métodos de Depreciação de Activos fixos Tangíveis
1 – Método de Unidades de Produção
O que é isto?
A ideia do método das Unidades de Produção é alinhar as despesas de depreciação com a utilização real ou a produção, tornando-o um reflexo mais preciso do desgaste de um activo.
É ideal para activos cujo valor diminui com base na utilização (por exemplo, máquinas, veículos) e não no tempo.
Este método garante que as despesas correspondem à geração de receitas, proporcionando uma representação mais ‘justa’ da rentabilidade e da utilização dos activos.
Vamos a um exemplo:
N | Designação | Conta | Saldo Devedor | Saldo Credor | Depreciação Anual | Depreciação Acumulada | Balanço final do ano |
---|
2 – Método de Depreciação Constante
O que é isto?
A ideia do Método de Amortização Constante, ou Método de Quotas Constantes( é a mesma coisa ), em depreciação, refere-se a um método linear em que um activo perde um valor fixo em cada período.
Isto significa que a despesa de depreciação é a mesma todos os anos, levando a uma redução gradual do valor contabilístico do activo até atingir o seu valor residual.
Vamos a um exemplo:
N | Designação | Conta | Saldo Devedor | Saldo Credor | Depreciação Anual | Depreciação Acumulada | Balanço final do ano |
---|
3 – Método da Soma dos Dígitos (1, 2, …) e então e agora?
O que é isto?
O Método da Soma dos Dígitos é um método de depreciação acelerada.
Calcula a depreciação anual com base na soma dos anos de vida útil do activo. A fórmula usa frações decrescentes para atribuir uma maior parcela da depreciação nos primeiros anos, refletindo a perda de valor mais rápida no início da vida útil do activo.
Este método é usado para reflectir uma maior perda de valor no início da vida do activo, sendo útil para activos que perdem eficiência rapidamente, como equipamentos tecnológicos e veículos.
Vamos a um exemplo:
N | Designação | Conta | Saldo Devedor | Saldo Credor | Depreciação Anual | Depreciação Acumulada | Balanço final do ano |
---|
Ok, qual método de depreciação se deve escolher?
O que enfia o máximo possível de depreciação logo no primeiro ano (quando compraste o equipamento), para pagar menos impostos.
Um destes dois: Método da Soma dos Dígitos, ou Método das Quotas Decrescentes.
Mas antes disto, é preciso saber mais umas merdas. Uns escrementos, só mais um cocozinho….ou dois…💩💩💩💩💩
Depreciação Contabilística vs Depreciação Fiscal. Qual a diferença?
Há duas perspectivas de depreciação:
a) contabilistica (feita pela empresa) e
b) fiscal(regras do estado).
Já estás a ver para onde isto está a andar…só querem é mamar, nem o gajo que te está a fazer a contabilidade se safa.
Do ponto de vista fiscal, há uma série de requisitos, mas em regra os métodos de depreciação aceites são:
1. Método das Quotas Constantes – já vimos este.
2. Método das Quotas Decrescentes – é como o Método de Quotas constantes mas em vez de ser a mesma quota todos os anos, começa com a depreciação máxima no 1º ano com uma taxa corrigida, e vai reduzindo a quota de depreciação todos os anos até ao fim da vida útil do activo. Tem mais umas regras de uns coeficientes que são aplicados e taxa minimas, mas a ideia é esta.
3. Método por Duodécimos -> Estes caralhos inventam cada nome…Fodace…Mas ouve, é na boa: é os outros todos, mas em vez de uma depreciação anal… desculpa: anual, é feita depreciação ao mês, tipo período das gajas está a ver? Que nojo, mas em 12 parcelas. Ou seja, compraste um carro em Setembro, se for anual só no próximo ano é que entra o gasto, mas se for em duodécimos, tens 3 meses de depreciação que entram nesse ano: Outubro, Novembro, Dezembro. Vês a ideia?
Voltando às diferenças entre a Contabilidade e o Fisco, em termos prácticos, o exemplo típico que dá merda, é quando as Finanças limitam o valor máximo de aquisição de um determinado activo.
Por exemplo: uma viatura a gasóleo ou gasolina, adquirida depois de 2015, o valor máximo fiscalmente aceite de aquisição para efeitos de depreciação sem necessidade de correcções no lucro tributável é de 25.000 eur. Vamos lá ver a conversa.
//Perspectiva da Contabilidade:
Custo de Aquisição: 55.000 eur.
Taxa de Depreciação Máxima de acordo com ao DR/2009 = 25%
Período de vida útil mínimo = 100 / 25 = 4 anos
Método de Depreciação = Linha recta (quotas constantes)
Depreciação Contabilistica (31/12/N) = 55.000 x 25% = 13.750 eur
//Perspectiva Fiscal
Custo Aceite = 25.000 eur
Depreciação Fiscal = 25.000 eur x 25% = 6.250 eur.
Diferença entre a depreciação contabilistica registada e a depreciação fiscal aceite = 13.750 – 6.2500 = 7.500 eur.
O que significa?
Significa que o lucro da empresa vai subir em 7.500 eur, dado que esta diferença denomina-se como Perdas por depreciação não aceites como gastos e é indicada no Modelo 22 linha Quadro 7: 719. Parece um verso da Bíblia…mas não é uma linha para te foderem mais dinheiro da empresa.
Mas espera…E Ainda…Não te vás já embora, é que a história ainda não acabou. Os gajos enfiam e ainda torcem.
Temos uma diferença de 7.500 eur, então qual o valor de imposto a pagar? Sobre o valor maior claro. Filhos da P… Ou seja, vão-te cobrar uma taxa de tributação autónoma de 32,50% sobre 13.750 eur = 4.468,75 eur.
O que fazer?
Escolhe o método de depreciação que limpa o máximo de lucro no primeiro ano. DIZES TU AO CONTABILISTA.:
Método da Soma dos Dígitos, ou Método das Quotas Decrescentes.
e tens mesmo de saber neste ‘Decreto’ de cocó 💩’Regulamentar’ DR25/2019, qual o valor máximo do activo fixo tangível(já sabes: ‘O que tocas’) aceite para efeitos fiscais para não teres surpresas.
Questões? Fala connosco. A sério. Liga mesmo. Estou tipo disponível…às vezes. Ou não. Epahh, depende do dias. Hoje não me apetece. Mas liga na mesma… logo se vê.