Quando decidimos recorrer a crédito, seja para adquirir uma casa, financiar um automóvel ou qualquer outro bem, muitas vezes a instituição de crédito exige que ofereçamos garantias para assegurar que o montante emprestado será reembolsado. Estas garantias podem ser diversas e variam conforme o tipo de crédito solicitado. Entre as principais garantias estão a hipoteca, a fiança e o seguro de vida, que serão explicadas de forma detalhada ao longo deste artigo. Além disso, abordaremos o que cada uma dessas garantias implica, as suas vantagens, obrigações e as responsabilidades dos clientes bancários.
Este artigo tem como objetivo esclarecer as diferentes garantias que podem ser exigidas pelos bancos e outras instituições financeiras em Portugal. Vamos analisar cada uma delas, como funcionam e o que significa para os clientes ao recorrerem a este tipo de garantias. O objetivo é garantir que, ao tomar uma decisão de crédito, os consumidores estejam totalmente informados sobre as condições e as possíveis implicações.
Como funcionam as garantias no crédito bancário?
Ao recorrer a crédito, as instituições financeiras exigem garantias para se protegerem contra o risco de não pagamento. Essas garantias podem ser reais, pessoais ou contratuais e têm como objetivo garantir que, caso o cliente não consiga cumprir os seus compromissos, o banco tenha meios para recuperar o valor emprestado. De forma simples, as garantias funcionam como uma espécie de “seguro” para a instituição financeira, sendo fundamentais para assegurar que o processo de crédito não seja prejudicado por situações de incumprimento.
Existem várias formas de garantir um empréstimo, e as mais comuns incluem a hipoteca, a fiança e o seguro de vida. Cada uma delas tem características específicas e pode ser mais ou menos vantajosa, dependendo do tipo de crédito que está a ser solicitado.
Hipoteca
A hipoteca é uma das garantias mais comuns quando se trata de crédito à habitação. Trata-se de uma garantia real, ou seja, uma garantia que recai sobre um bem imóvel, normalmente a própria casa ou apartamento que está a ser adquirido. Quando um cliente pede um empréstimo para comprar uma casa, a instituição financeira pode exigir que a hipoteca seja constituída sobre o imóvel, como forma de assegurar o reembolso do crédito.
Na prática, isto significa que, caso o cliente não consiga pagar as prestações do empréstimo, o banco pode iniciar um processo judicial para recuperar a dívida, que pode culminar na venda da propriedade hipotecada. Contudo, se o valor obtido com a venda não for suficiente para cobrir o montante em dívida, o banco poderá ainda tentar recuperar o restante valor através de outras vias.
A hipoteca pode recair sobre o imóvel que está a ser adquirido ou sobre outro bem imóvel, como um terreno ou uma casa de um familiar, caso o banco aceite esse tipo de garantia. Em qualquer dos casos, a avaliação do imóvel dado como garantia deve ser feita por um perito registado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, e o cliente tem direito a um relatório detalhado dessa avaliação.
O cliente pode ainda solicitar uma segunda avaliação do imóvel, caso não concorde com os resultados da primeira avaliação, mas os custos dessa segunda avaliação serão da sua responsabilidade.
Fiança
A fiança é uma garantia pessoal, em que uma terceira pessoa, conhecida como fiador, assume a responsabilidade pelo pagamento do empréstimo caso o devedor principal não cumpra com as suas obrigações. Em muitos casos, a fiança é utilizada quando o devedor não tem bens suficientes para garantir o empréstimo com uma hipoteca ou quando o risco percebido pelo banco é elevado.
O fiador assume a obrigação de pagar as dívidas do devedor principal, mas pode ter direito ao benefício da excussão prévia, ou seja, o fiador pode exigir que o banco tente primeiro recuperar o montante devido através da execução de bens do devedor principal antes de exigir o pagamento ao fiador. No entanto, o banco pode ainda exigir o pagamento diretamente ao fiador, caso este tenha renunciado ao benefício da excussão prévia.
Caso o fiador não possa cumprir com as obrigações, o banco tem o direito de executar os bens do fiador para recuperar o valor em dívida, mesmo que existam bens do devedor principal que poderiam ser usados para cobrir a dívida. Um fiador nunca poderá deixar de o ser, a não ser que o banco aceite substituí-lo por outra pessoa.
Seguro de Vida
Outro tipo de garantia frequentemente exigido pelas instituições financeiras, especialmente em créditos à habitação, é o seguro de vida. Este seguro tem como objetivo garantir que, em caso de falecimento, doença grave ou desemprego do cliente, o valor do empréstimo será pago à instituição financeira. Em muitos casos, o banco exige que o cliente e o seu cônjuge contratem um seguro de vida que cubra o montante do empréstimo.
Durante a vigência do contrato de crédito à habitação, o banco deve informar a seguradora sobre a evolução do montante em dívida, para que a cobertura do seguro seja ajustada de acordo com a redução do capital em aberto. A contratação do seguro de vida é uma forma de proteger tanto o cliente como a instituição financeira, assegurando que o empréstimo não fica em risco no caso de acontecimentos imprevistos.
Quais as vantagens e desvantagens das garantias de crédito?
As garantias oferecidas pelas instituições financeiras, como a hipoteca, a fiança e o seguro de vida, têm tanto vantagens como desvantagens. Por um lado, as garantias aumentam as possibilidades de um cliente conseguir obter crédito em condições mais favoráveis, já que reduzem o risco para a instituição de crédito. No entanto, por outro lado, as garantias podem acarretar responsabilidades significativas para o cliente e, em alguns casos, colocar os seus bens em risco.
Vantagens das garantias
Uma das principais vantagens das garantias, especialmente no caso da hipoteca, é a possibilidade de obter condições de crédito mais favoráveis, como taxas de juro mais baixas ou prazos mais longos. Como o banco tem a segurança de que, se o cliente não pagar, poderá recuperar parte do valor através da venda do imóvel hipotecado, ele está disposto a oferecer condições mais vantajosas para o cliente.
Outro benefício importante das garantias é que elas tornam o crédito mais acessível. Quando um cliente não tem histórico de crédito ou não tem bens suficientes para garantir o empréstimo, pode ser difícil conseguir financiamento. No entanto, ao oferecer uma garantia, como a fiança de um familiar ou amigo, a instituição financeira pode estar mais disposta a aprovar o pedido de crédito.
Desvantagens das garantias
Por outro lado, as desvantagens das garantias podem ser bastante significativas. No caso da hipoteca, por exemplo, o cliente corre o risco de perder a sua casa caso não consiga cumprir com as prestações do crédito. Em situações de incumprimento, o banco pode iniciar um processo judicial que pode resultar na venda do imóvel para saldar a dívida.
No caso da fiança, o fiador assume uma responsabilidade pessoal e, caso o devedor principal não pague, será o fiador quem terá de assumir o encargo. Se o fiador não cumprir, o banco pode executar os seus bens, o que pode levar a graves dificuldades financeiras.
Já no caso do seguro de vida, embora este ofereça proteção tanto para o cliente como para a instituição financeira, ele pode ser visto como uma despesa adicional, uma vez que o cliente terá de pagar o prémio do seguro durante toda a vigência do crédito.
Como evitar problemas com as garantias?
Para evitar problemas com as garantias de crédito, é essencial compreender as responsabilidades que envolvem cada uma delas. Aqui estão algumas dicas que podem ajudar a minimizar os riscos associados a este tipo de garantias.
Compreenda os termos do contrato de crédito
Antes de assinar qualquer contrato de crédito, é fundamental que o cliente compreenda completamente os termos e condições, especialmente no que diz respeito às garantias exigidas. O cliente deve certificar-se de que conhece as suas obrigações e as consequências de não cumprir com o pagamento das prestações.
Não se sobrecarregue com garantias
Embora seja possível recorrer a várias formas de garantias, como hipoteca, fiança e seguro de vida, é importante não se sobrecarregar com demasiadas responsabilidades. Se possível, tente negociar com o banco condições mais favoráveis, como a redução da necessidade de garantias ou a escolha de uma garantia que não coloque os seus bens em risco.
Esteja preparado para imprevistos
A melhor forma de evitar problemas com as garantias é estar preparado para situações imprevistas, como a perda de emprego ou uma doença grave. Ter um seguro de vida adequado e garantir que as suas finanças pessoais estão em ordem pode ajudá-lo a evitar que problemas financeiros levem à perda dos bens dados como garantia.
Conclusão
As garantias de crédito são fundamentais para o bom funcionamento do sistema bancário, pois protegem as instituições financeiras contra o risco de incumprimento. No entanto, é importante que os clientes compreendam bem as implicações de cada tipo de garantia, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. A hipoteca, a fiança e o seguro de vida são as garantias mais comuns, e cada uma tem as suas vantagens e desvantagens.
Ao recorrer a crédito, é importante que o cliente se informe bem sobre as condições do contrato e que procure negociar o melhor acordo possível. Compreender as garantias envolvidas, saber como evitar problemas e ter um plano de contingência pode ajudar a proteger os seus bens e a garantir que o crédito não se torne uma fonte de stress financeiro.
Por fim, ao tomar decisões financeiras importantes, como a contratação de um crédito, é sempre aconselhável procurar fontes confiáveis de informação e aconselhamento, como o PoupaDinheiroPT, para garantir que está a fazer a melhor escolha possível.
Para mais informações, fala com a equipa do PoupaDinheiroPT.
Todos os impostos, seja o IS, ou o IMT, ou o IMI, têm um peso grande quando pretendes calcular a prestação de crédito habitação, ou quando solicitas um crédito. Este facto é importante saber quando calculas a prestação do imóvel a pagar.
Qualquer questão, fala connosco.
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