Como se calcula o impacto do IRS Jovem? - Poupa Dinheiro

Introdução

O IRS Jovem é uma medida fiscal direcionada aos jovens trabalhadores em Portugal, oferecendo isenções significativas no imposto sobre o rendimento (IRS). Este regime especial destina-se a indivíduos até aos 35 anos, que não sejam considerados dependentes fiscalmente. Através deste regime, o Estado visa apoiar o ingresso no mercado de trabalho de jovens adultos, seja como trabalhadores por conta de outrem ou independentes. Contudo, a sua aplicação e impacto nas finanças pessoais depende de diversos fatores, como a situação do trabalhador e o rendimento auferido. A seguir, vamos explicar detalhadamente como calcular o impacto do IRS Jovem, as condições para beneficiar e as implicações fiscais nas diferentes fases da sua carreira.

Introdução ao IRS Jovem

O IRS Jovem é uma das medidas mais importantes que o Governo português implementou nos últimos anos para apoiar os jovens trabalhadores. Destina-se a quem tenha até 35 anos, e permite beneficiar de isenções parciais ou totais do imposto sobre o rendimento, dependendo de fatores como o tempo de trabalho e os rendimentos anuais. Para se beneficiar deste regime, é necessário que o jovem trabalhador não seja considerado dependente fiscalmente, ou seja, deve entregar a declaração de IRS de forma autónoma.

Este benefício pode durar até 10 anos, sendo que a isenção do imposto é calculada de forma gradual, com percentagens que diminuem à medida que o trabalhador vai progredindo no mercado de trabalho. Embora o IRS Jovem tenha vantagens consideráveis para quem inicia a sua vida profissional, existem diferenças significativas entre trabalhadores por conta de outrem e trabalhadores independentes.

A seguir, vamos analisar o cálculo do IRS Jovem para diferentes tipos de rendimento e os efeitos dessa isenção ao longo dos anos.

Como funciona o IRS Jovem?

O funcionamento do IRS Jovem está assente em algumas condições específicas. Para poder beneficiar deste regime, o jovem deve entregar a sua declaração de IRS de forma independente. Caso seja considerado dependente fiscal de outro contribuinte (geralmente os pais), não poderá usufruir deste benefício. Além disso, o jovem trabalhador pode estar a trabalhar por conta de outrem ou como trabalhador independente (a recibos verdes).

O IRS Jovem aplica-se a quem se encontre no primeiro, segundo, terceiro ou quarto ano de atividade, com uma isenção progressiva. Para os primeiros anos, o benefício é maior, mas diminui ao longo do tempo. Essa isenção, que pode ser de até 100%, vai diminuindo conforme o trabalhador acumula anos de entrega de IRS de forma independente.

O limite da isenção mensal é de 2.052,68 euros, que equivale a 28.737,50 euros anuais. Quando os rendimentos ultrapassam esse valor, o cálculo torna-se mais complexo e a isenção aplica-se apenas sobre a parte do rendimento que está abaixo do limite.

Quais são os valores de isenção?

Para determinar a isenção do IRS Jovem, dois fatores principais são tidos em consideração: o montante de rendimento do trabalhador e o ano em que o trabalhador se encontra em termos de entrega de IRS.

1. Rendimento máximo isento:

O valor máximo de isenção anual é de 28.737,50 euros, o que corresponde a 2.052,68 euros por mês. Caso o trabalhador tenha um rendimento abaixo deste valor, o regime de IRS Jovem aplica-se de forma direta, sem necessidade de cálculos adicionais.

2. Ano de rendimentos:

A isenção varia consoante o ano de rendimentos do trabalhador. Para os primeiros anos de trabalho, o jovem poderá beneficiar de isenções totais ou parciais, dependendo de quantos anos já entregou a sua declaração de IRS de forma independente. A isenção segue esta progressão:

  • **1º ano de rendimentos:** Isenção total (100%).
  • **2º a 4º ano de rendimentos:** Isenção de 75%.
  • **5º a 7º ano de rendimentos:** Isenção de 50%.
  • **8º a 10º ano de rendimentos:** Isenção de 25%.

Esses valores são calculados com base no rendimento bruto do trabalhador, e devem ser comparados com o limite máximo de isenção.

Como calcular o valor de IRS a pagar?

O cálculo do IRS a pagar, com base no IRS Jovem, depende da aplicação de uma fórmula simples, mas que deve ser seguida com atenção. A fórmula leva em consideração o rendimento bruto mensal do trabalhador, a taxa efetiva de retenção de IRS e a percentagem de isenção aplicada ao seu caso.

Fórmula de cálculo:

1. O primeiro passo é determinar o rendimento do trabalhador e a respectiva taxa de retenção.

2. A isenção é então aplicada, de acordo com a percentagem estabelecida para o ano de rendimentos do trabalhador.

3. O valor tributável é o rendimento total menos a isenção.

4. A taxa efetiva de IRS é então aplicada sobre o valor tributável, resultando no valor do imposto a pagar.

Por exemplo, se um trabalhador ganha 2.000 euros mensais no primeiro ano e está a beneficiar de uma isenção total, o imposto a pagar será zero. No entanto, se o trabalhador ganhar 2.000 euros no segundo ano e a isenção for de 75%, o valor a pagar será calculado com base na diferença de 500 euros.

Exemplo de cálculo:

  • **Primeiro ano:** O trabalhador ganha 2.000 euros. A isenção é de 100%, portanto, o imposto a pagar é zero.
  • **Segundo ano:** A isenção é de 75%, ou seja, 1.500 euros. O valor a pagar será calculado sobre a diferença entre o rendimento de 2.000 euros e a isenção, resultando num valor tributável de 500 euros. Aplicando a taxa de retenção, o valor de IRS a pagar será de cerca de 81,50 euros por mês.

Impacto do IRS Jovem nos trabalhadores independentes

Para os trabalhadores independentes, o impacto do IRS Jovem é ligeiramente diferente do que para os trabalhadores por conta de outrem. Embora também possam beneficiar do regime de isenção, os trabalhadores independentes terão de fazer os seus próprios cálculos de IRS, sem a ajuda de retenção na fonte feita pelos empregadores.

Além disso, ao contrário dos trabalhadores por conta de outrem, os trabalhadores a recibos verdes não verão o impacto imediato do IRS Jovem. Só em 2026, poderão fazer o acerto com as Finanças, uma vez que o cálculo do imposto a pagar depende de um processo mais complexo, devido à ausência de retenção na fonte.

Cálculos para rendimentos superiores ao limite de isenção

Quando o rendimento do trabalhador ultrapassa o limite mensal de 2.052,68 euros, o cálculo da isenção torna-se mais complexo. Neste caso, o valor da isenção será ajustado para garantir que o limite máximo não seja ultrapassado.

Exemplo de cálculo para rendimentos superiores ao limite:

Suponhamos que um trabalhador tenha um salário bruto de 3.000 euros por mês no primeiro ano. A isenção será limitada a 2.052,68 euros. A diferença de 947,32 euros será sujeita à taxa efetiva de retenção, que neste caso é de 23,22%. O cálculo da retenção será de aproximadamente 219,97 euros.

Nos anos seguintes, a isenção será ajustada de acordo com a progressão do trabalhador no regime de IRS Jovem, até atingir o valor mínimo de isenção de 25%.

Conclusão

O IRS Jovem é uma excelente oportunidade para os jovens trabalhadores em Portugal, permitindo-lhes usufruir de isenções significativas de IRS ao longo dos primeiros anos de carreira. O cálculo do imposto a pagar depende de vários fatores, como o ano de rendimentos e o valor do rendimento bruto mensal. Compreender como funciona o IRS Jovem e como calcular o impacto na sua situação fiscal é crucial para aproveitar ao máximo este regime. Embora o processo seja simples para os primeiros anos de trabalho, torna-se mais complexo à medida que o trabalhador atinge os 10 anos de atividade.

Se está a começar a sua carreira e a pensar em beneficiar do IRS Jovem, é essencial manter-se informado sobre as condições e cálculos para garantir que aproveita ao máximo as isenções disponíveis.

Para mais informações, fala com a equipa do PoupaDinheiroPT. Todos os impostos, seja o IS, ou o IMT, ou o IMI, têm um peso grande quando pretendes calcular a prestação de crédito habitação, ou quando solicitas um crédito. Este facto é importante saber quando calculas a prestação do imóvel a pagar. Qualquer questão, fala connosco.

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