O que é a taxa de amortização?
A taxa de amortização refere-se à percentagem do capital que está sendo reembolsada a cada prestação do empréstimo. Em termos simples, a amortização é o processo de pagamento gradual da dívida, no qual parte de cada pagamento mensal é destinada à redução do capital emprestado, enquanto a outra parte é destinada ao pagamento de juros, impostos, seguros e outras comissões.
Por exemplo, se a sua prestação mensal for de 200 euros e a taxa de juro for de 30% no primeiro mês, o valor destinado à amortização do capital será de 140 euros (70% da prestação), enquanto os 60 euros restantes serão usados para pagar os juros. Portanto, embora a sua prestação mensal permaneça constante, o valor que vai amortizando ao longo do tempo não será o mesmo, já que ele depende da composição entre juros e capital.
Mudanças em 2023: Apoio à habitação e reembolsos sem penalização de juros
Uma das boas notícias para as famílias que têm crédito à habitação é que, em 2023, o Governo implementou uma medida importante para aliviar os encargos das famílias: até o final de 2024, as famílias que fizerem amortizações antecipadas do crédito à habitação não terão penalizações de juros. Isto significa que, caso decida pagar parte da dívida antes do prazo, poderá evitar custos adicionais com juros.
Taxa fixa versus taxa variável: Como a escolha influencia a taxa de amortização
A taxa de amortização varia conforme a modalidade de taxa de juro escolhida para o seu empréstimo. Existem dois tipos principais de taxas: fixa e variável. Se o seu empréstimo for com taxa de juro fixa, o valor dos juros será o mesmo durante todo o período de reembolso. Isso significa que, embora as prestações mensais possam ser constantes, a composição entre o capital e os juros muda ao longo do tempo. À medida que o saldo devedor diminui, a parte destinada à amortização do capital aumenta.
Por outro lado, nos empréstimos com taxa de juro variável, os juros podem aumentar ou diminuir ao longo do tempo. Geralmente, os empréstimos com taxa variável começam com juros mais altos, que tendem a diminuir à medida que as prestações são pagas. Assim, a taxa de amortização também muda, com a parte destinada ao pagamento do capital sendo menor no início do contrato e aumentando à medida que os juros vão sendo pagos.
Amortização antecipada: Como reduzir o custo total do crédito
Uma das estratégias para reduzir o custo total do seu empréstimo é a amortização antecipada, ou seja, o pagamento de uma parte ou do total da dívida antes do prazo final estabelecido no contrato. Essa prática pode ser uma excelente forma de diminuir os juros pagos ao longo do tempo, uma vez que, ao reduzir o montante devedor, também diminui a base de cálculo dos juros.
Existem duas formas de amortizar antecipadamente o crédito:
Amortização antecipada parcial: Neste caso, pode pagar uma parte do montante em dívida, o que reduzirá o valor das prestações mensais e, consequentemente, o valor dos juros a pagar no futuro. Para realizar esta operação, é necessário informar o banco com, pelo menos, sete dias de antecedência. O valor pago será considerado no vencimento da próxima prestação.
Amortização antecipada total: Quando decide liquidar a totalidade da dívida antes do prazo acordado, pode conseguir uma redução significativa nos custos do empréstimo. Para efetuar o pagamento integral, deve comunicar ao banco com, pelo menos, 10 dias úteis de antecedência.
Comissões por reembolso antecipado: O que esperar
Embora a amortização antecipada seja vantajosa para reduzir os custos com juros, é importante estar atento às comissões que os bancos podem cobrar. Por lei, as comissões de reembolso antecipado são limitadas: 0,5% do valor pago em crédito com taxa variável e 2% em contratos com taxa fixa. Essas comissões variam de acordo com o tipo de taxa de juro aplicada no seu contrato, mas, mesmo com esses custos, a amortização antecipada geralmente resulta em uma economia significativa a longo prazo.
Exemplo prático: O caso do Luis e da Susana
o Luis e a Susana contrataram um crédito à habitação no valor de 120 mil euros, com um prazo de 40 anos e uma TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetivos Globais) de 1,17%. Com uma taxa de juro variável, o valor das suas prestações mensais era de 311 euros e o montante total imputado ao consumidor (MTIC) era de 149.959 euros.
Após 5 anos de pagamentos, a Susana recebeu um bónus de 5 mil euros e decidiu utilizá-lo para amortizar parte do crédito. Com essa amortização, a prestação mensal foi reduzida para 296 euros, e o MTIC passou para 143.181 euros, resultando numa poupança de 2.287 euros.
Neste caso, a amortização antecipada foi realizada com uma taxa de juro variável, o que significou que a comissão de reembolso antecipado foi de apenas 0,5% sobre o valor amortizado, ou seja, 25 euros. Se a taxa fosse fixa, a comissão seria de 2%, ou seja, 100 euros, o que impactaria ligeiramente a poupança total.
Se o Luis e a Susana mantiverem o valor da prestação original de 311 euros, poderão colocar a diferença de 15 euros (de 311 euros para 296 euros) num fundo para futura amortização, o que permitirá uma nova redução do crédito e uma maior poupança ao longo dos próximos anos.
Conclusão: Poupar ao longo do tempo
Compreender como funciona a taxa de amortização e como a amortização antecipada pode beneficiar as suas finanças é fundamental para quem deseja economizar ao longo do tempo e reduzir o custo total do crédito. Ao considerar as várias opções de amortização e compreender as implicações das comissões, pode tomar decisões estratégicas para poupar mais e alcançar uma maior liberdade financeira. Se deseja saber mais sobre como poupar no seu empréstimo, explore as ferramentas de simulação e as ofertas de crédito da PoupaDinheiro.PT, que podem ajudá-lo a encontrar as melhores soluções financeiras para o seu perfil.